Explosões assustam moradores


JORNAL ESTADO DE MINAS, 07/11/2004, seção GERAIS, p. 28.

----------Para sensibilizar a população de Belo Horizonte para os riscos da exploração da mina de Capão Xavier, em Nova Lima, na região metropolitana e conseguir mais adeptos, integrantes do Movimento Capão Xavier Vivo se reunirão ontem, no salão da Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Sion, região Centro Sul da capital. O grupo discutiu maneiras de impedir que as Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) continue a explorar as jazidas de minério de ferro no município. A empresa, que obteve licença do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), no final de junho deste ano para explorar a área, vem fazendo constantes explosões, causando problemas para quem mora nas proximidades.
----------Conforme um dos integrantes do movimento, o corretor Ricardo Carvalho Santiago, de 56 anos, o grupo quer apontar as irregularidades no processo de concessão por parte dos órgãos ambientais e ainda questiona o poder judiciário, que suspendeu as liminares da justiça Federal e Estadual que embargavam a exploração da área. “Estamos esperando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa, que dará força à nossa luta. Ela já foi aprovada e agora só precisa ser instalada, com a nomeação dos deputados”, contou. A MBR está tirando a cobertura natural da montanha e “as explosões não deixam a gente dormir nem trabalhar, sem contar com a poeira”, reclama o publicitário Antônio Carlos Cabral, de 55 anos, que mora no Jardim Canadá, em Nova Lima.
----------O Vigário da Igreja do Carmo, Frei Gilvander Moreira, conta que o licenciamento desrespeitou a legislação ambiental, lei 10.793/92, que proíbe a mineração em áreas de mananciais de abastecimento público. Os quatro mananciais que cortam a região - Fechos, Catarina, Mutuca e Barreiro – são responsáveis por 9% do abastecimento de Belo Horizonte, que atende a cerca de 320 mil pessoas. “Se as atividades não pararem, as águas terão um redução de 40% no nível de vazão”, afirma, acrescentando que já foram destruídas seis cavernas de valor arqueológico. Moreira disse que novas reuniões do movimento serão promovidas em escolas, faculdades e entidade de classe.


JORNAL ESTADO DE MINAS, 07/11/2004, seção GERAIS,p. 28.

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