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CPI da Capão Xavier já tem requerimento
----------Apesar de a Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) que vai investigar irregularidades no processo de
licenciamento ambiental para funcionamento da Mina Capão Xavier, ainda
não estar formada. O deputado Antônio Júlio (PMDB) já
tem requerimento pronto para ser apresentado.
----------Ontem, o parlamentar, que passou o dia
solicitando às lideranças partidárias que indiquem seus
representantes na comissão, explicou que já há um processo
na justiça contra a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR),
empresa proprietária da mina, questionando a instalação
do empreendimento no local. A Mina Capão Xavier está localizada
no município de Nova Lima, mas em terreno de propriedade da Prefeitura
de Belo Horizonte. Segundo o deputado, quatro mananciais serão atingidos
pela exploração da mina, o que vai comprometer o abastecimento
de água de toda região sul de Belo Horizonte.
----------Antônio Júlio explicou que
é incompreensível a concessão de licenciamento para instalação
de uma mina em área de preservação ambiental. O primeiro
requerimento que eu vou apresentar é no sentido de requisitar a comprovação
de pagamentos de impostos pela MBR. Queremos saber quanto a empresa paga de
impostos, porque não há justificativa para uma agressão
ambiental tão grande, frisou.
----------O parlamentar ainda lembrou que os ex-prefeitos
de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT) e Célio de Castro (PT) tentaram
evitar a instalação da mina, cuidado que Fernando Pimentel (atual
prefeito) não teve e permitiu que o processo de licenciamento fosse concedido,
declarou. Além de Antônio Júlio, vão integrar a CPI,
Biel Rocha (PT) e Sargento Rodrigues (PDT). (GK)
Artigo do jornal O TEMPO, sessão: Política, p. A3. 21/10/04
Aprovada a CPI de Capão Xavier
----------A
Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento do deputado
Antônio Júlio (PMDB) para a instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a regularidade dos processos
de licenciamento prévio, de instalação e de operação
das atividades da empresa Minerações Brasileiras Reunidas (MBR),
na Mina Capão Xavier, que fica no Jardim Canadá, em Nova Lima,
Região Metropolitana de Belo Horizonte. A comissão está
sendo formada e até terça-feira deve ser indicado o presidente.
----------Segundo
o deputado, o principal objetivo da CPI é apurar porque o Conselho Estadual
de Política Ambiental (Copam), que delibera sobre as licenças
ambientais no Estado, e a Fundação do Meio Ambiente (Feam), que
avalia tecnicamente os projetos das empresas e as fiscaliza, licenciaram o empreendimento,
que segundo Antônio Júlio, desrespeita a Lei Estadual 10.793/92,
que proíbe a atividade mineradora em áreas de mananciais de abastecimento
público. “Estamos há um ano nessa briga, inclusive com processos
nas justiças Federal e Estadual para barrar a mina, mas o mérito
ainda não foi julgado. Vamos apurar porque os órgãos ambientais
do Estado concederam licença num terreno adquirido na década de
40 por Juscelino Kubtschek para preservar os mananciais que abastecem a capital”,
diz.
----------A
Mina Capão Xavier, de exploração de minério de ferro
e que começou a operar há exatos quatro meses e cinco dias, passou
por uma série de idas e vindas até entrar de fato em operação.
Ela está localizada numa área onde estão quatro mananciais
que fornecem água para a capital – Fechos, Catarina, Barreiro, Mutuca.
A MBR faz estudos sobre a viabilidade de Capão Xavier há mais
de 10 anos e durante todo esse período, o projeto foi contestado pelos
próprios órgãos ambientais, pela Copasa, pela sociedade
civil. Apesar disso foi aprovado, depois de muitos ajustes técnicos.
----------Para
o promotor de justiça Fernando Galvão, um dos autores da ação
civil pública contra o Estado de Minas Gerais e a MBR devido ao licenciamento
do empreendimento, a CPI vai descobrir várias irregularidades. “Todo
o estudo da MBR sobre os recursos hídricos está embasado em suposições;
só há referência a possíveis impactos e as soluções
propostas concomitantemente ao problema. O projeto fere ainda o artigo 13º
da Lei Estadual 14.309, sobre o uso de áreas de preservação,
que só pode ocorrer em casos de utilidade pública”, argumenta.
----------
rocurada pelo ESTADO DE MINAS, a MBR se limitou a dizer que irá se pronunciar
oficialmente no tempo oportuno. O secretário de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, que preside
o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), órgão
que delibera sobre as licenças, bem como o presidente da Fundação
Estadual de Meio Ambiente, Ilmar Bastos, estão viagem técnica
a Queensland, na Austrália. O secretário-adjunto, Shelley Carneiro,
também não estava em Belo Horizonte, ontem, para comentar o assunto.
Cristiana Andrade
Artigo do jornal “ESTADO DE MINAS”, sessão:
Gerais, p.24. 21/10/04
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