NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE
MOVIMENTO CAPÃO XAVIER VIVO SE MANISFETA SOBRE A CPI QUE INVESTIGARÁ LICENCIAMENTOS OBTIDOS PELO MBR (Minerações Brasileiras Reunidas S/A)
“Quando a última árvore for cortada,
quando o último rio for poluído,
quando o último peixe for pescado,
aí sim eles verão que dinheiro não se come...”
(Chefe Sioux)
Nós do Movimento
Capão Xavier Vivo, firmes na defesa da vida, das águas
e dos Mananciais de Abastecimento Público, em especial os da Região
de Capão Xavier em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte,
temos a alegria de dar a seguinte notícia:
------------1. No dia 20/10/2004 foi aprovada
na Assembléia Legislativa de Minas Gerais uma Comissão Parlamentar
de Inquérito – CPI - para investigar as diversas (i)regularidades
dos processos de Licenciamento Prévio (LP), de Instalação
(LI) e de Operação (LO), das atividades da MBR
(Minerações Brasileiras Reunidas S/A) no Estado de Minas Gerais,
a partir da Mina de Capão Xavier, bem como do julgamento dos recursos
dos autos de infração atribuídos à mesma mineradora.
------------2. O requerimento para a criação
da CPI, de 10 de março de 2004, foi subscrito por 29 deputados. Reconhecemos
os valores democráticos que nortearam a decisão dos deputados
subscritores que lutaram pela aprovação da CPI contra a MBR.
------------3. Aguardamos a instalação
da CPI, o mais rápido possível, e acreditamos que os deputados
que integrarão essa Comissão trabalharão firmes na condução
do processo de investigação, como legítimos representantes
do povo de Minas Gerais.
------------4. Esperamos que a CPI contribua
firmemente para a interrupção das atividades minerárias
da MBR – Minerações Brasileiras Reunidas S/A - na região
de Capão Xavier, preservando os mananciais de abastecimento público
como preconiza a lei estadual 10.793/92, e ofereça um relatório
que demonstre com clareza a responsabilidade pessoal de agentes públicos
pela prática de atos de improbidade, entre eles o Instituto Estadual
de Florestas - IEF - que autorizou a supressão de vegetação,
sem preservar a área de reserva legal, com supedâneo na Lei nº
8.429/92, o prefeito municipal de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que concedeu
direito real de uso de bem dominial do município sem prévia
autorização legislativa e, principalmente, os integrantes das
entidades ambientais, FEAM e COPAM que autorizaram um licenciamento viciado,
comprometendo a democratização de semelhantes decisões.
------------5. Conforme exaustivamente denunciado
pelo Movimento Capão Xavier Vivo e Ministério Público
de Minas Gerais para o povo mineiro, em Ações Judiciais e em
atos públicos, a mineração em Capão Xavier comprometerá
os mananciais de abastecimento público, na medida em que os estudos
de impacto ambiental apontam meramente suposições. O histórico
de atividades da MBR no Estado de Minas Gerais indica que há motivos
de sobra para um justificado e sério receio de que o empreendimento
venha a culminar em um desastre ambiental de grandes proporções
afetando de modo irreversível quatro mananciais de abastecimento público.
Nesse sentido, uma outra Comissão Parlamentar de Inquérito,
instaurada na Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, no
ano de 1975, para apurar as atividades da MBR registrou em seu relatório
conclusivo que: “Está fartamente provado que as atividades
da MBR provocaram a poluição da água, no município
de Nova Lima e o seu prefeito de então, hoje falecido, Rubem Costa
Lima, confessa: “Infelizmente, todos os mananciais que servem a Nova
Lima estão poluídos”.
------------6. Sabemos que as explorações
minerárias da MBR já destruíram parte do nosso Patrimônio
Histórico Natural - a Serra do Curral e o Pico do Itabirito -, secaram
nascentes do Clube Campestre e em Macacos, prejudicaram diversos mananciais,
inclusive na cidade de Itabirito. Deixou uma enorme cratera em Águas
Claras sem recuperação, fez estragos ambientais em “Tejuco”,
no Município de Brumadinho/MG. A MBR tem sido denunciada e autuada
por diversos danos ambientais.
------------7. Temos em mãos cópia
de um dossiê de 192 páginas sobre a Mina de Capão Xavier.
Esse dossiê foi entregue ao Sr. Jean Pierre Leroy, Relator Nacional
das Organizações das Nações Unidas – ONU
- para o Direito Humano ao Meio Ambiente, em 06 de agosto de 2004,
em uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, promovida pelas Comissões de Meio Ambiente e de Direitos
Humanos.
------------8. Lamentamos profundamente que o
poder judiciário esteja favorecendo os interesses econômicos
das mineradoras em detrimento da preservação ambiental em Minas
Gerais, haja vista a suspensão das liminares que impediam atividades
danosas ao meio ambiente em Capão Xavier, especificamente a atitude
do juiz da 5a Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Belo
Horizonte, Evandro Lopes da Costa Teixeira, diante de uma AÇÃO
CIVIL PÚBLICA, COM PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA CUMULADA COM
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, do Ministério Público Estadual,
assinada por cinco promotores, até a presente data não tomou
nenhuma decisão sobre o pedido de liminar e tantos outros pedidos que
constam da ação.
------------Bem-aventurado
quem trata a água como fonte de vida!
------------Ai de quem mata as nascentes,
asfixia os mananciais e envenena a água!
Movimento Capão
Xavier VIVO
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