Estragos na mata são melhor vistos por quem sobe a montanha, Caminhada na Serra é um alerta
Caminhada na Serra do Curral é um alerta

ESPAÇOA aposentada Maria Elisa Reis, 72 anos, foi quem puxou uma caminhada ecológica, ontem de manhã, pela Serra do Curral, em Belo Horizonte. Considerada um dos mais belos cartões postais da cidade, a serra está ameaçada pela ação das mineradoras e pela especulação imobiliária. A caminhada teve por objetivo alertar a população sobre os estragos que já atingiram a mata, mas que ainda se escondem por trás do contorno da serra.’’A minha preocupação é com a falta da água, que é iminente’’, disse Maria Elisa. No alto da montanha, foi realizado um ato ecumênico, com a participação de representantes de várias entidades.

ESPAÇOA aposentada contou que a caminhada – das 9h ás 15h – foi tranqüila e disse que a experiência de estar tão perto da serra foi maravilhosa. “Só me atrapalhei um pouco na descida quando pegamos um trecho que estava muito escorregadio’’, admitiu ela. Aproximadamente 40 pessoas participaram da caminhada. Dois bombeiros e três policiais militares acompanharam a turma, que faz parte da Organização Não Governamental (ONG ) Movimento Capão Xavier Vivo.

ESPAÇOSegundo um dos coordenadores da ONG, Frei Gilvander Luís Moreira, a luta por um desenvolvimento ecologicamente responsável é constante, e a sobrevivência dos quatros mananciais – Barreiro, Mutuca, Fechos, Catarina -, de Capão Xavier é fundamental para o abastecimento de 320 mil pessoas da região Centro-Sul da capital. Mineira.

ESPAÇOApesar de a Serra do Curral ser tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal, a caminhada de ontem revelou a muitos participantes o seu real estado de degradação. “É de partir o coração. Apesar da tentativa de recuperação ambiental, as erosões são muito visíveis, e são responsáveis pelo desaparecimento dos de muitas nascentes que contribuem para o abastecimento da cidade’’, disse Moreira. O coordenador afirmou que a capital mineira “era uma das nove cidades com uma barreira natural contra a poeira atômica, e essa barreira está sendo destruída’’. Segundo ele, a sociedade não pode apostar em um desenvolvimento econômico anti-ecológico, como se os recursos naturais fossem infindáveis.

Jornal HOJE EM DIA, secção Minas, 21/06/ 2004, p. 4.

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