ÚLTIMASES
Foi aprovada CPI CONTRA A MBR na Assembléia Legislativa
----------Dia
10 de março de 2004, 27 deputados suscreveram um requerimento dos deputados
Adalclever e Antônio Júlio pedindo a instalação
de uma CPI na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
O requerimento dizia:
----------"Considerando
que os procedimentos de Licenciamento para exploração de atividades
minerárias no Estado de Minas Gerais têm sido objeto de intenso
debate entre a população, sociedade civil organizada e poderes
constituídos pelo mandato popular; Considerando que cabe à Assembléia
Legislativa a fiscalização dos atos do poder executivo, especialmente
quiando se verificam indícios relevantes, a supor a prática
de atos que atentem contra os princípios da administração
pública; Considerando que tais indícios encontram-se evidenciados
no caso de Licenciamento das atividades extrativas minerárias da MBR
- Minerações Brasileiras Reunidas -, com relação
á Mina de Capão Xavier;
----------REQUEREM:
a imediata instalação de comissão parlamentar de inquérito,
para que seja apurada a (i)regularidade dos processos de Licenciamento prévio
(LP), da Instalação (LI) e de Operação (LO), das
atividades da MBR no Estado de Minas Gerais, bem como do julgamento dos recursos
dos autos de infração atribuídos à MBR.
----------Assembléia
Legislativa vai investigar MBR - Minerações Brasileiras
Reunidas. Requerimento para CPI foi acatado pelo 1º-vice-presidente,
deputado Rêmolo Aloise (PL), que presidiu a Reunião Ordinária
de Plenário desta terça-feira (19/10/04). De acordo com o Regimento
Interno da Casa, os partidos têm agora cinco dias úteis, contados
da data de publicação do requerimento, para indicar os sete
parlamentares que integrarão a CPI. O autor do requerimento também
insistiu na implantação de uma Comissão Especial das
Notas Fiscais. Segundo Antônio Júlio, o Estado tem um prejuízo
de cerca de 10% de suas receitas com a emissão de notas frias.
----------Um
abraço com cuidado e firmeza na defesa das águas
MOVIMENTO CAPÃO XAVIER VIVO
PAÇ
ESpaçoDia
20/06, das 9:00 hs às 14:00 hs, nós do Movimento Capão
Xavier Vivo, realizamos mais uma caminhada em defesa dos Mananciais de Abastecimento
Público de Capão Xavier, em Nova Lima, região metropolitana
de Belo Horizonte. Desta vez, subimos a Serra do Curral até o Pico
Belo Horizonte. Éramos 40 pessoas, o que a direção do
Parque Mangabeiras (porta de acesso ao Pico) permitiu. Representantes de várias
igrejas, comunidades, entidades ambientais, ONGs, CUT/MG e etc.
ESpaçoMaria
Elisa, uma senhora de 72 anos puxou a fila e, entusiasmada, foi a primeira
a chegar lá no topo do Pico Belo Horizonte, a 1.390 mts de altitude.
ESpaçoNo
topo do Pico Belo Horizonte, em clima de muita irmandade na luta em defesa
do ambiente, contra toda e qualquer depredação, celebramos a
vida e nossa luta. “A maior caridade é partilhar água
com quem tem sede”, alertava Maria Elisa. “Matar nascentes
e assassinar mananciais de abastecimento público deve ser considerado
crime hediondo. Quem faz isso não tem a bênção
do Deus da Vida e da liberdade para todos.”, arrematava outro companheiro.
ESpaçoNão
temos a força dos ricos que é o dinheiro; não temos a
força da mídia, que é a formação, ou desinformação
da opinião pública; não temos a força do Estado
que são as armas e os poderes executivo, legislativo e judiciário,
mas temos a força, a beleza, o encanto e a energia das flores exuberantes
que, mesmo no meio das pedras e encostas das montanhas, irradiam beleza e
fraternura. Acreditamos nas flores, na ternura e no mel que exala delas.
ESpaçoUm
olhar poético nos diz: Quanta beleza criada por Deus, o grande artista,
e por milhões de anos de evolução. Mas um olhar preocupante
e indignado grita em nós: quanta depredação ambiental
causada pela fúria das mineradoras que adoram o ídolo capital.
ESpaçoDói
muito o coração da gente a ver, com nossos próprios olhos,
a destruição cometida pela MBR na Serra do Curral, patrimônio
Histórico de Belo Horizonte e cartão postal da Cidade. A cratera
resultante da Mina de Águas Claras, pela mineradora MBR, deixou expostas
as entranhas da mãe terra. Isso nos comove e nos deixa profundamente
indignados. Por detrás da Serra, não existe mais a Serra. Foi
tudo destruído. Restou uma enorme cratera, um solo lunático.
ESpaçoNa
caminhada, refrescamos nossa memória com o Relatório
Final da CPI contra a MBR, de 1975, primeira CPI realizada na Assembléia
Legislativa de Minas Gerais, onde se destaca que:
ESpaçoApós
a aquisição da Companhia de Mineração Novalimense
e o arrendamento da jazida da Ferrobel, a MBR passou a explorar e exportar
minérios, destruindo a Serra do Curral, quebrando o panorama paisagístico
da região de Belo Horizonte, desmatando a Mata do Jambreiro, poluindo
água e provocando prejuízos à população
de Nova Lima.
ESpaçoA
mineração na “Mina de Águas Claras”, realizado
pelo grupo Hanna, sob o nome de Mineradoras Brasileiras Reunidas”, trouxe
as seguintes conseqüências desastrosas:
ESpaçoa)
Poluição das águas e destruição das nascentes
que abastecem grande parte da população da grande Belo Horizonte
e, naturalmente, as cidades de Nova Lima e Raposos;
ESpaçob)
Destruição da Mata do Jambreiro, única reserva natural
em um raio de 200 Km em torno de Belo Horizonte.
ESpaçoc)
Destruição da barreira natural de montanha, que garantia a Belo
Horizonte um excelente clima (seco e frio);
ESpaçod)
Extinção da linha de trem de transporte de passageiros Vera
Cruz, para que a RFF – Rede Ferroviária Federal - pudesse cumprir
o contrato de transporte de minério de ferro celebrado com a MBR;
ESpaçoe)
Prejuízo aos interesses da Ferrobel e, em conseqüência da
capital, em vista do contrato entre a MBR e aquela empresa;
ESpaçof)
Destruição da fauna na Mata do Jambreiro.
ESpaçoEm
estudo realizado pela Organização doas Nações
Unidas (ONU), provou-se que Belo Horizonte era uma das nove cidades
do mundo que dispunham de proteção natural contra a poeira atômica.
Graças à destruição do perfil da Serra do Curral,
pela MBR, a Capital foi retirada da relação, restando agora
oito cidades.
ESpaçoÉ
evidente que as atividades da MBR, no “intervalo de cerca de 1.400 metros”,
entre a crista da Serra e o Pico de Belo Horizonte, quebrou a harmonia de
toda a Serra do Curral e destruiu, em muito, a beleza do Pico de Belo Horizonte.
ESpaçoPara
atender a MBR, a Rede Ferroviária Federal, que anteriormente transportava
para o Porto do Rio a média de 331.000 toneladas mensais, reduziu esta
média para 200.0000 toneladas mensais, passando, porém a transportar,
para Sepetiba, a média de 531.000 toneladas mensais, como ocorreu em
1974. E qual seria a vantagem para a RFF? Nenhuma, já que o frete fixado
para a MBR, em fevereiro, era de 22,50 por tonelada, para Sepetiba, enquanto
para o Porto do Rio, para os demais mineradores atinge a cifra de 35,09 por
tonelada, tudo ainda de acordo com as informações do Presidente
da EME. Assim, os nossos pequenos e médios exportadores tiveram seu
prejuízo pela diminuição de suas exportações,
por falta de transporte. A população de Minas Gerais perdeu
o seu transporte ferroviário na linha Belo Horizonte – Rio.
ESpaçoA
partir de julho de 1974, a RFF passou a transportar o minério de ferro
para a MBR, através de 4 trens diários, com 70 vagões
cada um e com duas locomotivas de 50 toneladas úteis em cada vagão.
ESpaçoEm
março de 1974, para diminuir este déficit, sobre o qual, segundo
informações, paga pesadas multas à MBR, a RFF suprimiu
o último trem Belo Horizonte – Rio, o “Vera-Cruz”,
diminuindo seu déficit, em dezembro, para 339.708 toneladas apenas.
ESpaçoAssim,
a linha Belo Horizonte – Rio, hoje em dia (em 1975), faz quase que exclusivamente
o transporte de minério, para satisfazer o contrato com a MBR.
ESpaçoÉ
evidente o prejuízo para a população de Minas Gerais,
com a perda de seu transporte ferroviário na linha Belo Horizonte –
Rio de Janeiro.
ESpaçoO
Presidente da MBR disse a respeito do frete de minério: “O frete
em fevereiro, em seus últimos dez dias, foi de Cr$ 28,32.” Mas
segundo as faturas apresentadas pela MBR, em fevereiro, o frete por ela pago
era de Cr$ 22,58 e não Cr$ 28,43.
ESpaçoDr.
Mário Viegas, Presidente da Sociedade Ornitológica Mineira,
assim se pronunciou: “As atividades da MBR são altamente
prejudiciais aos interesses da flora e da fauna alada.”
ESpaçoESpaçoAs conclusões da CPI de 1975:
ESpaçoDo
processo resulta, exuberantemente provado, que as atividades da MBR são
altamente prejudiciais aos interesses de Minas e do Brasil.
ESpaçoAssim,
entendo que esta comissão deve sugerir à Assembléia Legislativa
que promova, oficialmente, as seguintes medidas:
ESpaçoa)-
DENÚNCIA, na forma do artigo 105 do Decreto 52.934, de 2 de
julho de 1969, perante o Ministério das Minas e Energia, requerendo
a caducidade dos decretos de lavra explorados pelas MBR - Minerações
Brasileiras Reunidas S/A, pelos seguintes motivos:
ESpaço1-
Por ser suas atividades altamente prejudiciais aos interesses do Brasil.
ESpaço2-
A alegação do Presidente da MBR de que é necessário
“aumentar as exportações a todo o custo, qualquer que
seja ele”, ESpaço
a fim de gerar divisas, na espécie –
a de minério – é improcedente, pois é sabido que
o Brasil dispende o dobro de divisas ESpaço
com a importação do aço
do que recebe com a exportação do minério.
ESpaçoO
Presidente da MBR não pôde negar que, desrespeitando a autorização
do Instituto Estadual de Florestas, desmatou, na Mata do Jambreiro, as margens
de curso de rio.”
ESpaçoA
CPI de 1975, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, após
apurar os estragos ambientais e outros desmandos da MBR, assim conclui seu
relatório: “Este trabalho é marco inicial de uma luta
que, demore o tempo que demorar, um dia haveremos de vencer.”
ESpaçoNa
esteira de tantos lutadores, o MOVIMENTO CAPÃO XAVIER VIVO
continua de forma aguerrida a luta pela interrupção dos projetos
depredadores do Meio Ambiente, a começar da “Mina de Capão
Xavier” que não pode continuar sob pena de “arrebentar”
os quatro mananciais de abastecimento Público – Fechos, Catarina,
Mutuca e Barreiro -, responsáveis pelo abastecimento público
de 320.000 pessoas. Como a viúva do Evangelho, seguiremos
clamando que o Poder Judiciário faça justiça impedindo
o projeto da “Mina de Capão Xavier”, pois ele desrespeita
um rosário de leis ambientais, o que o torna tremendamente imoral e
despeitoso para com a população de Belo Horizonte e Região,
a flora, a fauna, as águas, a terra e as gerações futuras.
ESpaçoA
subida da Serra do Curral sela o nosso compromisso. Continuamos na luta em
defesa do meio ambiente e dos mananciais. O fato de a justiça ter suspendido
os efeitos da liminar não enfraquece a nossa bandeira, contrariamente
nos anima aos enormes desafios que se colocam para a sociedade civil frente
aos interesses capitalistas. Os juizes de primeira instância, mais próximos
das realidades sociais, têm sido muito mais sensíveis aos problemas
que lhes são apresentados. Já os juizes de 2a instância
parecem ter esquecido que fazem parte desta sociedade mesma. Muito próximos
do poder viram as costas aos clamores populares. Infelizmente talvez não
tenhamos a mesma sorte da viúva da bíblia, pois a distância
que separa população civil do Poder Judiciário é
tão grande que sequer pode ouvir os nossos clamores. Ouvem apenas os
interesses do Estado Leviatã e os lobbies dos mega interesses econômicos.
Continuaremos apostando que um fraco mais um fraco serão dois fortes!
Vamos seguir repetindo o lema dos nossos companheiros de 1975: “Demore
o tempo que demorar, um dia haveremos de vencer!”
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